26 de set. de 2014

O Sindiedutec e sua autocracia minimalista.

Vale a pena ler as mensagens e ver as imagens, AQUI.


É tão baixo o nível, é tão incrível o minimalismo(*) que chega a ser uma charge grotesca dizer-se um "sindicato". De fato, não representam de forma sistemática, mas apenas de modo burocrático, se é que se pode dizer que representam em sentido lato. E se gozam de alguma façanha, em "uma história cheia de lutas e melhorias", talvez não seja por outro mérito que não sua relação de conveniência entre o patrão que (literalmente) representa, e que o recebe em primeira mão, e a classe trabalhadora de que (diz) representa(r). 

Neste sentido, tanto lá, em nível nacional, em se tratando de PROIFES, como cá, em nível paranaense, para focarmos este Sindiedutec, o sindicato só pode ser uma "revolução" porque originado pelo patrão, senão diretamente, pelo menos de modo muito influente. E assim tem caminhado a história, deles, o patrão, e a "nossa", o servidor: em uma comunhão que revoluciona os andamentos sindicais, porque feita de cima, assim como a mão que exprime a laranja para, deixando o bagaço, curtir o doce sumo. 

A coisa é tão promíscua e irresolutamente autocrática, dentro destes sindicatos, que não são os servidores, os trabalhadores, os sindicalizados os que comemoram, mas tão somente, e em números exatos, 26 (vinte e seis) grandes personalidades, as mesmas que, provavelmente, estarão em algum panteão proifeano, tão logo o partidão perca sua hegemonia sobre os trabalhadores (e o tempo urge, petistas!). Isso fazem questão de mostrar: lá estão os 26 iluminados, 
"Entre os dias 11 e 13 deste mês, membros do Conselho Deliberativo (CD) e lideranças dos sindicados federados reuniram-se para celebrar o aniversário da entidade, em Itatiaia, no Rio de Janeiro." 
Três dias de celebrações! Quanto regozijo!! Quantos prazeres!!! Pois não seria para menos, celebrava-se a "revolução":
“Nós não aceitávamos aquele modelo que nos era imposto e tivemos a ousadia de dizer que outro modelo era possível e, a partir daí, nós construímos o PROIFES. Eu acho que nós estávamos certos em 2004, se nós não estivéssemos certos com certeza o PROIFES não estaria aqui dez anos depois, muito mais forte e muito mais capaz de levantar sua voz em defesa de todos os trabalhadores do mundo”
Ou seria tão somente uma inversão de papelões: "levantar sua voz em defesa de todos os trabalhadores do mundo"?! Ousado esse lulismo exacerbado, não? Um sindicato (federação) criado no seio de um partido que, se tomou existência e pode protagonizar-se politicamente, foi porque sua constituição se deu pelos sindicatos de um "modelo" que não vai lhes convinha, agora que exerciam o poder. A "ousadia" do PROIFES em se "criar" um outro modelo sindical dá e dará muita história (sociologia, psicanálise, etc.) para a manga, para o braço e para a mão do que foi, do que é e para onde vai o partido dos trabalhadores. Para eles, Marx diria, hoje: "Trabalhadores do mundo, ouvi-nos". (E calem-se!; deixem conosco.)

Alhos, bugalhos, brandos e brandandos. Os iluminados aproveitaram o tempo, TRÊS DIAS!!, e 
"Na ocasião, a entidade promoveu palestras sobre os temas mais relevantes para o futuro da categoria, aprofundando o conhecimento e preparando novas lideranças. Foram discutidos pelo CD os seguintes assuntos: Aposentadoria e Funpresp; Carreiras e salários; CONAE, FNE e Plenária da Educação; e Expansão do PROIFES."
Como se vê, o mundo para o PROIFES trata, apenas, de seu umbigo e sua burocracia, que, aliás, é a burocracia do governo-patrão que os criou. Nada de condições de trabalho, nada da precarização e de precariedades institucionais, nada de discutir o investimento público na educação privada, nada que alterasse a cor cor-de-rosa de um mundo que celebra seus anos de um relacionamento umbilical. Os temas todos, claros, expostos, dados à luz do dia e aos tempos vindouros são unânimes: a pauta é a que ao governo interessa, e não à classe trabalhadora.



Uma pergunta curiosa: porque o PROIFES nunca foi chamado para atuar em defesa da comunidade do IFPR junto à Presidência e a Casa Civil da Presidência da República? Neste caso, em específico, vivíamos uma intervenção providencial e, ainda que se usassem lindas palavras comunitárias, foram algumas poucas almas diligentes da direção do sindicato que, usurpando um debate institucional interno, recorreu (correndo) à Casa Civil. Para que, então, uma Federação, se a luta "mundial" podemos fazê-la por nossa própria conta?



Muito significativa é a "notícia": Servidor(a) do IFPR: sua decisão pode mudar o IFPR.
"A relação de poder entre a gestão e os trabalhadores no IFPR é desigual: assédio moral, perseguição ideológica, ocultação de informações, falta de publicidade e diversas outras formas de inibir o servidor de expor, com liberdade e isenção, suas ideias e vontades."
Isso, diga-se por primeiro, é apenas aqui, um problema restrito, particular, nosso. Sendo, assim, desnecessário aos príncipes da federação inserirem como pauta para a defesa mundial dos trabalhadores. E é tão bem clarificado que, logo em seguida, dispõem-se diretamente uma ameaça:
"Isto porque servidor informado e politizado não tem espaço nesta gestão: ou se cala, ou sofre retaliações!"
Não venham dizer que não foram avisados: é assim mesmo e o sindicato o aprova com provas. No caso do Reenquadramento dos TAEs, por exemplo, foi providencial sua ação inibidora de mobilização: desde os primórdios dos "avisos" da CGU, o Sindiedutec estava a par e era parte nas tentativas de, em se reenquadrando, poupar-se a gestão reitoresca do ônus político. Infelizmente houve manifestações contrárias e as notícias foram saindo do controle da gestão e do sindicato, sobretudo quando, após uma providencial ação Policial, houve um reitor pro-tempore por aqui.

Servidor informado e politizado? Para onde saci? Nem gestão, jamais o sindicato propuseram discussões, fóruns, mesas-redondas, quadradas ou triangulares para os servidores se informarem, se politizarem a respeito, por exemplo, do destino da instituição (PDI), dos fundamentos institucionais (Estatuto, Regimentos), etc. O que se vê, de um e outro lado, é a fumaça de um cachimbo, de uma paz selada e desvelada entre os caciques de um e outro lado. Deste modo, ninguém de fora da roda esfumaçada, nenhum outro servidor alheio jamais deve se fazer ou se crer politizado ou informado: seria um risco muito grande para ambas as situações, para os lados dispostos (nunca opostos) e, falaciosamente, em atrito.

Sobre o debate das eleições para reitor, já mencionado o germe, acima, o Sindicato roga-se um privilégio que deve ser, no mínimo, contestado: participar, através de seu presidente, presume-se, em reunião de CONSUP. Oras, nunca realizou um debate comunitário a respeito destas eleições como necessidade para definir o desejo de um Vice-reitor, por exemplo. E ficou assim: nós que "representamos a comunidade" decidimos querer um vice-reitor, e nos utilizaremos de um erro do Juíz para legitimar nosso desejo. E foi assim que se fez: haja vice-reitor! Fez o cargo. Do nada, ou melhor, dos absolutismos do CONSUP e do coral do sindicato, que passou a cantar em uníssono.

Resume-se, o Sindiedutec não busca apenas representá-lo, mas mais do que isso... filie-se e estarás alinhado: seu silêncio será garantido, todas as discussões serão veladas. Nunca espere, deste sindicato como está, receber a possibilidade de ser "informado e politizado". 
Tente o contrário, e faça sem que o sindicato seja seu "orientador"; faça uma busca pelas informações e um relacionamento de politização. Se te informares em demasia, se te politizares além do que enxerga a vista destes gurus, serás calado e sofrerás retaliações. Estais avisado! Quem o diz, amigo é, e quem o escreveu foi o próprio sindicato.






Em edição... 







25 de set. de 2014

A marca da eficiência administrativa


1) 23 de setembro de 2014:

Participe da Consulta Pública para avaliação do PDI 2014-2018 do IFPR

O PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional – é um conjunto de documentos de planejamento que guardam diretrizes, premissas e objetivos de longo prazo, juntamente com as medidas reais para sua realização. Nele, a instituição diz para si e para a comunidade externa o que espera do futuro.

Observação: "a instituição diz", mas o documento já está servido; aos mortais cabe apenas sugerir. E isso é bastante significativo, ainda mais porque a sugestão é nada mais que isso, um sopro que pode ou não molhar. Já o "futuro" é parte deste estranho caminho institucional, onde a gestão atualiza, atualiza, atualiza e atualiza, sempre buscando chegar ao momento presente, onde os seres, indivíduos, servidores e servidos, con-vivem. É a gestão, assim, extemporânea, enquanto nós presenciamos a realidade acadêmica-institucional?



2) 25 de setembro de 2014:
Eis o futuro.... peraí! Mas este trabalho já foi feito, relatado, documentado e entregue para esta mesma Gestão na Reitoria!!!

Aqui estão os documentos: Minuta da Portaria e Relatório Final do GT.

Bom, talvez a intenção não seja aplicar as 30 horas dos TAEs, um direito certo. Talvez a intenção seja tão somente divulgar a campanha eleitoral: "haja vista o expressivo aumento de servidores desde o ano da sua aplicação [do questionário]".

Seja como for, fica a questão: quantas Comissões são necessárias para se aplicar uma política institucional?

Felizmente, nunca é tarde para começar. Ainda mais quando existe a previsão, antes de tudo isso aí que se vê hoje no site da instituição, de eleições para reitor... o momento em que a Democracia se faz mais "necessária" e visível... para os politiqueiros. 
Quem perde, sempre, são os alunos, convidados em fins de 2014 a contribuir (sempre desta maneira ensaboada que é a consulta interna), e contribuir com urgência (são poucos dias de consulta interna!!), na elaboração das decisões institucionais para o próprio ano de 2014!!! Meu deus, já estamos planejando o futuro para trás novamente!!! Tá explicado:
     A organização e gestão do IFPR, dada a sua finalidade e a sua natureza democrática, 
     constitui-se em tarefa extremamente complexa, em decorrência das contradições que
     envolvem seus múltiplos papéis. (PDI 2014-2018 - p.37)

Complexificar a democracia e contradizê-la em múltiplos papéis (sic!).
Isso é sugestivamente sinistro: quais são as contradições que a gestão do IFPR apresenta em múltiplos papéis? Aceita-se sugestões. Preencha o formulário. HAHAHAHAHA. 

Dou uma sugestão: já que se omite a efetiva construção comunitária dos documentos institucionais, e da instituição como um todo, que, pelo menos, os documentos colocados em "Consulta Interna" venham assinados por aquele(s) que o fez (fizeram). Deste modo, o ser que quiser contribuir terá uma objetividade mais clara e fundamentada, pois saberá a quem se direcionar.


E vem aí:

a maior seleção de servidores da história



Em edição...


3 de set. de 2014

Os caras de pau

Consup deflagra consulta à comunidade escolar para escolha de Reitor, Vice-Reitor e Diretores-Gerais em 13 de novembro

Wednesday, 3 de September de 2014 - 1:21 PM
No dia 02 de setembro, o Conselho Superior do Instituto Federal do Paraná (Consup/IFPR) se reuniu, sob a presidência do Reitor Substituto, Professor Ezequiel Westphal, a fim de discutir e votar em caráter de urgência a proposta de resolução para deflagração do processo eleitoral visando à escolha de “Reitor, Vice-Reitor e Diretores dos campi no IF/PR”, conforme determinação judicial de ação ajuizada pelo Sindiedutec. Ficou aprovado que a consulta se fará em 13 de novembro de 2014. 
Na oportunidade, o conselheiro Adriano Willian da Silva, representante dos docentes, sugeriu modificações na proposta de resolução apresentada pelo conselheiro João Cláudio Madureira, dentre as quais, que a eleição seja realizada por chapa, composta por “Reitor, Vice-Reitor e Diretores dos campi no IF/PR”.
Os membros do Consup (confira como é composto esse Conselho) debateram com propriedade a matéria manifestando conhecimento sobre ela. Após longa discussão, a proposta apresentada e defendida por Silva foi aprovada na sessão plenária com 18 votos favoráveis, 2 votos contrários e 1 abstenção. Nesta proposta, ficou definido que para o cargo de Reitor o postulante deve atender ao que preconiza a Lei 11.892/2008, uma vez que a nomeação é realizada pela Presidência da República. Já para o cargo de Vice-Reitor e Diretor-Geral de câmpus, todo servidor do IFPR, do quadro ativo permanente, com ensino superior e em exercício, poderá se candidatar ao cargo, compondo uma chapa. “Agora é o momento de debater propostas, programas e ideias, para que a chapa a ser eleita possa ter unidade de ação na gestão e o IFPR possa ter tranquilidade para se desenvolver e atingir suas metas”, afirmou Silva.
Assim, o Consup, enquanto “órgão máximo normativo, deliberativo, nas dimensões de planejamento, acadêmica, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar do IFPR”, atendeu à ordem judicial garantindo à comunidade do IFPR a oportunidade de escolher um Programa de Gestão, que, por meio de consulta por chapa e com debate de propostas, garantirá, democraticamente, a normalidade e tranquilidade no Instituto nos próximos 4 anos.
O IFPR e toda sua comunidade escolar e acadêmica ganham em sua construção identitária para o desenvolvimento das políticas de Educação Profissional Tecnológica.

 

 Grifos nossos:
O debate ocorreu com tanta propriedade que alteraram o Estatuto e a estrutura organizacional da instituição a partir de uma resolução para deflagração de eleições. Assim ocupará um cargo, quando alguém eleito: o Vice-reitor ficará ali, no limbo, posto que votado (como sombra), escolhido (como sombra), e em exercício: como fantasma. Até que o CONSUP, eles por eles mesmos, promovam as alterações necessárias (que eles chamam, com sinceridade, de "atualizações") no Estatuto e demais documentos legais, para que, então, o fantasma eleito tome vulto e assento legal.

Manifestaram tanto conhecimento sobre a matéria que a "construção identitária" para o desenvolvimento das políticas de educação fica sempre mais clara e coesa, nesta instituição. Bem coesa, quase espremida. Que o diga a "mão de Saramago".