Renuncia Sindiedutec


     Eu, Assistente em Administração do IFPR, venho por meio deste comunicar a minha renúncia do cargo de Diretor de Assuntos da Carreira Técnico Administrativo ocupado junto ao Sindiedutec.
Lembro-me bem do dia em que assumi o cargo junto ao Sidiedutec. Foi muito mais por rejeição coletiva ao compromisso do que por uma vontade minha de ser o representante, ali, desta nossa comunidade de Técnicos. Assumi porque tenho, sim, interesse de participar e possuo opiniões e sugestões que possam contribuir.
      Foi neste sentido que me dispus a elaborar um blog onde todos pudéssemos dispor nossos questionamentos, nossas sugestões, nossas motivações, projetos e ações; incluindo aí a disposição, para o debate, de notícias externas, seja da FASUBRA, do Sinditest, do MEC, ou Estadão. Lembro-lhes que nem o blog, nem nenhuma das questões ali colocadas eram questões particulares, minhas, individuais. Antes de fazê-lo e colocá-lo no “ar”, inclusive isso!, já havia uma manifestação para que houvesse aquele canal e, de certo modo, houve até uma pressão para que eu o disponibilizasse logo. Claro, não de todos; porém, afirmo, houve e não era meu (indivíduo).
      Infelizmente, possivelmente pelas eleições para Reitor, o blog ficou confundido (ou simplesmente pode ser alguma outra realidade). O fato é que ele não serviu; ele não foi aproveitado; ele não tem função social nenhuma. Poderão dizer que ele é claramente político, que eu fui usado pelo sindicato para promover uma candidatura, que eu era do “comitê” de um candidato e que o blog não tinha qualquer característica de Técnicos e para o sindicato. Não cabe aqui discutir isso. As eleições foram vencidas de forma convincente e transparente; quem venceu não foi o candidato; quem venceu foi quem participou, quem apoiou e quem quer o melhor para o IFPR e se manifestou na busca por compreender o instituto como um todo: essa a beleza máxima do que se chama eleições democráticas. Eu não perdi, eu não publicizei nada por mim mesmo e tenho a mais tranquila certeza de que não fui em momento algum “manipulado” por mãos alheias aos meus sentidos e sentimentos. Pelo contrário, nós ganhamos, o que foi publicizado é nosso e eu me expus porque foi o compromisso que assumi, principalmente pelo cargo no IFPR, mais, muito mais do ocupado no Sindiedutec. Me expus porque eu não poderia jamais omitir de mim meus próprios valores. E não vou me esconder, fugir ou me ausentar da nova administração que se iniciará porque, como se diz, este não era meu candidato. De bom grado e energia estarei me dispondo para o trabalho que for necessário, para as discussões que forem levantadas e para as ações que forem pretendidas. Não possuo inimigos e jamais me apequenaria por qualquer relação de promiscuidade.
      O blog não é o motivo. O blog se explica por si mesmo e eu estarei sempre aberto a conversações em pessoa, que é como se chega à compreensão 'carnal' das palavras e do ser humano.
      O Sindiedutec não conta mais com minha participação em cargo de direção. A razão desta opção é muito, muito simples e tem duas facetas. A razão: são muitos os Técnicos que tem dito que não se deveria ter mudado de Associação para sindicato, aqui, ou que deveríamos retornar ao Sinditest. Isso talvez estivesse óbvio no dia em que fui “convidado” a participar da diretoria do Sindiedutec (ninguém, dos Técnicos, queria assumir algum compromisso com o Sindiedutec!). Mas eis as duas facetas: 1) porque não existe uma manifestação pública quanto a isso?; e 2) o que se quer de um sindicato se nos omitimos com as questões inerentes ao nosso trabalho, ao nosso “perímetro” diário e comunitário?
      Ocorre que a questão de qual sindicato é deveras o sindicato representativo dos Técnicos é a primeira, a fundamental pergunta a ser debatida e respondida pela comunidade: de forma clara, pública e assumida (responsável). Já a outra faceta, ela diz respeito aos objetivos, que é o que me faz redigir esta mensagem de despedida.
      Não pequei em aceitar minha candidatura como Diretor. Tudo o que assumimos na vida e vivenciamos com tranquilidade e dignidade é parte do que nos alimenta como seres humanos: o aprendizado. E eu tive este prazer e privilégio. Não compreendo, de modo algum, a tudo e não relaciono qualquer objeção a qualquer ato ou pessoa. Mas é mais do que óbvio que aqui, nós, técnicos do IFPR, temos uma grande debilidade para associação e para a comunicabilidade (pessoal) de assuntos públicos. O sindicato não se faz por si mesmo e não é o culpado de nossas desculpas. E eu não serei vítima de qualquer mal entendido.
      Hoje, e isso vem de alguns dias, tem-se discutido, eu estou “vendo” com muita graça, a questão da greve dos técnicos na UFPR e UTFPR. Sinceramente, isso não me deixa surpreso: é plena graça. Porque recebi inúmeras mensagens, de variadas personalidades, avisos sonoros por terceiros, e-mails e etc. Querem saber a opinião/ação do sindicato quanto a isso. Bom, tudo é legítimo. Inclusive meus desejos de boa sorte quanto a este tema. De meu lado, tomo o partido da ausência. Já não faço parte de diretoria e ninguém poderá me cobrar nada por isso. As questões que realmente me tocam e que foram por vocês levantadas e que eu redigi no blog e me disporia a discutir são:
          1. Qual é o nosso sindicato?
          2. Quando e como serão as eleições para representante do Conselho Superior?
          3. Como se promoverá a participação dos técnicos em relação CIS/PCCTAE?
          4. Como poderemos discutir alterações no Estatuto do IFPR? (isto estava no discurso de ambos os candidatos a reitor e é necessário ser feito)
          5. Como poderíamos estar participando e contribuindo para a elaboração do Regimento Geral do IFPR?
          6. Como poderemos estar discutindo a atualização do PDI do IFPR?
          7. Quem somos nós, os Técnicos do IFPR: quem, quantos, onde, como nos unir em um propósito comum para um IFPR único?
          8. (…) existem outras tantas ...

      Espero não ter causado má impressão. Peço desculpas por qualquer mal entendido e terei prazer em estar conversando, dialogando em pessoa com qualquer um sobre qualquer coisa. Não sei se compreendem a minha situação, mas tenho certeza que se desejam possuir alguma identidade comum e própria, enquanto Técnicos, deveriam iniciar as discussões com questões que estão diretamente relacionadas ao nosso dia a dia e dar corpo a isso: um corpo que fala, que pensa e fala e que, em discussão, se compreende. Isso é difícil de se fazer, mas é possível e apenas realizável se for tentado.

      Muito obrigado pela oportunidade.
      Atenciosamente:

Curitiba, 31 de março de 2011

(o original encontra-se assinado)