Análise da Carta Programa da Chapa 1, a "constinuísta" - primeira parte.
Introdução.
Iniciamos com esta publicação uma série de comentários sobre a
análise e interpretação da Carta Programa da Chapa 1, para as
próximas eleições do Sindiedutec-PR. Nossa intenção, objetivo
desta disposição e ação, é a de realizar uma reflexão,
oportunizar uma discussão e contribuir para que as decisões sejam, agora e
sempre, públicas, coletivas e qualitativas, seja sobre o sindicato
que nos pertence, seja sobre as instituições a que servimos. A
discussão, aqui, é a respeito, e com respeito, ao Sindicato. Não
tratará de argumentos e informações inócuas e infundadas, mas
buscará levantar o tema de forma consciente e séria, para que se
desenvolva e amplie o debate para todos os rincões e seres
envolvidos, com o sindicato e com a sua instituição genuína.
O Sindiedutec-PR é o sindicato constituído e investido como representante jurídico da coletividade, como agente
político do grupo social, como instância promotora e coordenadora
de discussões e temas relacionados com as condições de trabalho e
carreiras das classes de todos os servidores “das instituições
públicas federais de ensino de educação básica técnica e
tecnológica no Estado do Paraná, base do sindicato, em juízo e
fora dele” (Estatuto Sindiedutec-PR). O Sindiedutec-PR é o sindicato que possui a presunção legal de agir em nome de toda a comunidade de servidores acima relacionada.
Esta disposição, básica e fundamental para o debate, é muito
importante que seja frisada e deve estar cristalizada na mente e
consciência de cada servidor de cada uma destas instituições.
Querendo ou não, gostando ou não, participando ou não,
referendando ou não, o Sindiedutec-PR faz uso de nosso nome, nosso
trabalho e nossa carreira. Ele possui a legalidade para agir e
interferir nas condições do todo. Seja indivíduo, seja classe,
seja instituição (“públicas federais de ensino de educação
básica técnica e tecnológica no Estado do Paraná”), o
Sindiedutec-PR é o ator direto na representação de todos os
envolvidos. É, por isso, imprescindível e fundamental que todos
tomem conhecimento e participem das discussões relacionadas ao
Sindiedutec-PR.
Em breve estará ocorrendo, digamos, a primeira eleição para a
Diretoria do Sindiedutec-PR. Houve, anteriormente, uma espécie de
referendo; mas eleições efetivas, esta será a primeira, posto que
agora se apresentam duas Chapas, e agora insurge algo opositivo ao
vertiginoso situacionismo que ali está, e que foi desde o começo.
Considerando estas duas situações, o papel (e a caneta!) do
sindicato e as eleições aí dispostas, faremos considerações
políticas a respeito da Carta Programa da Chapa 1, que é a do
continuísmo. Nossa intenção é desvendar, através de um olhar
obviamente subjetivo, o que é, hoje, o Sindiedutec-PR: como foi
originado, a que veio e o que se pode esperar do que a atual gestão
fez e propõem realizar em um segundo mandato.
Da Carta Programa da Chapa União, Luta e Conquista:
suas verdades (realidades) e seus equívocos
(falseamentos).
PRIMEIRO CAPÍTULO
Logo no segundo parágrafo da primeira página, uma sincera
definição sobre a forma e condição do sindicato transparece.
Menciona, em uma gramática lamentável, que “o sindicato é um
órgão de representação legítimo (…) dos interesses dos seus
filiados, diretamente, e dos demais trabalhadores não filiados de
forma indireta”. A sintaxe é ruim, o que torna a compreensão
difícil de entender. Poderia ser que “não filiados
de forma indireta” constitua um único objeto, mas neste caso não teria nem pé
nem cabeça. Por isso, cremos que de 'forma indireta' faça
referência a 'representação legítima' e, significaria algo do
tipo: "representamos diretamente nossos filiados e, indiretamente,
os não filiados".
Seja como for, a verdade é que, diretamente, todos sofrem e estão
sob o poder da disposição e decisão da caneta do sindicato.
Pensem, lembrem, reflitam. Recentemente, circunscritos ao IFPR, ampla
maioria de docentes votaram, em plebiscito, pela permanência na
greve de 2012: mas não foi o que a diretoria queria e, prontamente,
derrubou-se a vontade da maioria, mesmo que expressa em papel de
votação. Ainda na greve de 2012, vejam que longe de ser
indiretamente, em um ato certeiro ao coração do movimento grevista
de todo o Brasil, o Proifes, com fundamental apoio da
(exclusivamente) diretoria do Sindiedutec-PR, quebrou a força e a
luta nacional pelas reivindicações, legitimando um acordo que, na
pior das hipóteses, poderia ter sido bem melhor. Esta, uma decisão
minoritária dentro do minoritário (o Proifes não tem 5% de
representação nacional), afetou, diretamente, toda a comunidade
(nacional!) envolvida. Discutiremos o papel e a substância
Proifes em outro momento; aqui, nos importa esta relação da Carta
Programa.
Aquela, portanto, uma
sinceridade banal e pacífica da tratativa social que este sindicato
ora possui: a exclusão é, mais que argumento, um fundamento de
atuação. Àqueles onde o indireto
aparece como situação, destes o Sindieutec-PR faz uso conforme lhe
seja pertinente. É algo tão espúrio que não conseguem sequer
'disfarçar' perante o discurso para as eleições da Diretoria.
Ocorre que o Sindiedutec-PR, com esta atual gestão, que busca se
manter no controle, tem, cristalinamente, este “ponto de vista”
aleatório. Repetimos: mais que um argumento, é um raciocínio
elaborado e consolidado em suas mentes. Sabem, sem dúvida, que
representam o todo diretamente; mais do que isso, sabem que é um
dever de suas
responsabilidades institucionais-sindicais, estimular e envolver a
todos na filiação e participação do e para o sindicato. Sabem
disso. Mas em suas consciências há algo mais nítido e anterior ao
todo, e é o que se lhes sai pela boca (discurso).
Isto fica todavia mais claro quando, neste mesmo parágrafo,
igualando ou piorando a gramática utilizada, dizem que “o papel
fundamental de um sindicato representativo de classe é servir como
um elemento de representação coletiva (sic!) que defenda o
pensamento do grande grupo que o compõem” (negrito nosso).
Ou seja, caso fosse necessário e possível explicar, um sindicato
representa o todo, mas através da defesa do pensamento, restrito ao
grande grupo que o compõem. Vê-se, novamente, algo, uma intensão
'mais forte' que suas motivações ético-sociais.
Esta frase argumento é, de certa forma, um complemento da ideia
anterior. Porém, podemos dizer também que aquelas duas ideias
formam duas verdades sobre a que veio e como se mantém o atual
Sindiedutec-PR: restringir os debates e as decisões, assumindo a
vontade particular, dada por um grande grupo, mesmo que em detrimento
do todo que representa.
Estas colocações não devem ser tratadas como erros semânticos ou
sintáticos; nem é, este debate, uma simples deturpação
infundamentada sobre o verdadeiro discurso por eles apresentado. O
fundamento cognitivo e ideológico de nossas relações sociais –
dadas de modo discursivo e dialógico – é mais claro do que a
imaginação sonhadora e pretensiosa. Reiteramos, e teremos
oportunidades de ver mais claro no decorrer desta análise, que estas
'frases' formam mais que ideias discursivas. Veremos como são
verdadeiras concepções pessoais e políticas, dadas sobre condições
e situações da formação e manutenção do Sindiedutec-PR, para
esta (mesma) diretoria/chapa.
Tratam-se de verdades banais, porque são sinceras: é assim que o
atual Sindiedutec-PR funciona e tende a seguir representando a todos,
a partir desta mesma diretoria. Tratam-se de erros sociais grosseiros
porque, tivessem um mínimo de pudor, ocultariam estas verdades de
seus discursos e programas; sendo, no entanto, algo cristalino e
condicional em suas disposições e capacidades, submetem a
transparecer de forma inquestionável. Trata-se de razão espúria,
pois oculta justamente o que é base e fundamento: o interesse da
coletividade e a decisão da maioria, sempre.
Temos, assim, duas concepções fundamentais da Chapa 1 (e atual
diretoria) expressas neste segundo parágrafo. A primeira: excluir da
discussão social o verdadeiro papel do sindicato, que é o de
estimular, organizar e coordenar A REPRESENTAÇÃO DE TODOS os
trabalhadores que estão sob sua responsabilidade legal, e fazê-lo
exclusivamente de maneira DIRETA. A segunda, excluir do todo e
limitar em um pequeno grupo as decisões essenciais para as ações
do sindicato. Quem tem dúvida disso, basta rememorar a greve de
2012. Permanecendo em dúvida, atente-se, informe-se, reflita.
Este o início da apresentação da Carta Programa da Chapa 1. Sem
tirar nem por, concordamos com que eles estão a falar a verdade. E é
justamente esta a verdade que desejaríamos não crer em nossa
realidade. A isso combatemos e combateremos: suas razões espúrias
estão sendo dispostas e serão constantemente reveladas e
combatidas. Uma outra realidade, outra forma de pensar e agir é o
que está sendo oferecida com a Chapa 2. Para um sindicato de todos e
para todos; um sindicato livre e aberto; um sindicato onde o ato seja
por decisão da maioria, sem melhores ou maiores cabeças, e sem
analogias. Transparente, sincero, direto e fiel ao todo de sua
representação, sem meias conversas, sem falsas impressões. Com
todos e com muito trabalho.
Logo mais postaremos os itens seguintes desta interpretação da
disposição da Chapa 1, dadas em sua Carta Programa e na atual
condição e situação do Sindiedutec-PR. Faremos em partes, como
capítulos, para que o debate transpareça, aconteça e dure. Todos
devem participar.
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